Aos antigos e
silenciosos sobreviventes dos dias perdidos, expresso toda a minha
solidariedade.
Eu que vivo
desfalecido entre as ruínas dos dias não vindos, sei muito bem o que sentem
estes sobreviventes, estes saudosos escravos dos dias felizes e edílicos de infância
e juventude que nunca mais serão
novamente.
Equivale tal
sentimento de perda a minha dor por aquilo que nunca foi. Somos, de um e outro
jeito, famélicos do espírito, enfermos do tempo vivido e dos futuros não vividos,
verdadeiros órfãos da eternidade. Repartimos a mesma miséria, o mesmo vazio e
sofreremos juntos a mesma morte prematura.
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